OConselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), hoje batizado Unidade de Inteligência Financeira, detectou a movimentação de R$ 290 mil nas contas do escritório de advogados Vilela e Silva Gomes, ligado ao deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP), em saques fracionados. A prática levantou a suspeita de que a banca estaria sendo usada para lavagem de dinheiro.
As informações constam em representação da Polícia Federal à Justiça contra o parlamentar, acusado de receber R$ 1,7 milhões em caixa dois da JBS para abastecer campanhas de 2010 e 2012. O escritório Vilela e Silva Gomes pertence a Cristiano Vilela, genro de Paulinho da Força. Segundo as investigações, a JBS repassou R$ 250 mil para a banca como se fossem pagamentos por "consultoria jurídica", mas o dinheiro era destinado a quitar gastos eleitorais do parlamentar.
Apesar das investigações mirarem eventos de dez anos atrás, a PF alega que o Coaf identificou transações que indicariam supostas ilegalidades envolvendo as contas do escritório até os dias de hoje. Segundo o relatório de inteligência financeira, o escritório retirou R$ 290 mil de sua conta bancária por meio de 70 cheques em espécie e de valores pequenos, que variavam de R$ 2 mil a R$ 15 mil, mediante pagamento de cheques descontados "na boca do caixa". A prática de fracionamento é conhecida por investigadores por evitar alertas de órgãos de fiscalização.
O juiz Marco Antonio Martin Vargas, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, afirmou que o "padrão de movimentações financeiras e de relacionamentos empresariais da companhia consubstanciam indícios relevantes da prática do delito de lavagem de capitais".
Além dos saques, a PF identificou que, ainda no ano passado, o escritório Vilela e Silva Gomes recebeu R$ 2,1 milhões entre julho e dezembro - "valores incompatíveis com o faturamento mensal declarado pela empresa de cerca de R$ 90 mil", apontam os investigadores. Entre os valores, a Polícia Federal destacou repasse de R$ 79 mil feito pelo Solidariedade à banca de advogados - Paulinho da Força é líder do partido.
Desvios
O escritório foi alvo de buscas nesta terça-feira por ordem do juiz Marco Vargas. A Operação Dark Side, primeira fase da Lava Jato Eleitoral, também mirou em suposto desvio de R$ 269 mil das contas da Força Sindical, entidade presidida por Paulinho da Força, para o escritório de advocacia. O repasse seria utilizado para quitar despesas eleitorais da campanha do parlamentar à Prefeitura de São Paulo, em 2012.
A hipótese dos investigadores é se Paulinho da Força utilizou a conta do escritório Vilela e Gomes Advogados para receber repasses de caixa dois, utilizando o montante para custear despesas de campanha. Buscas foram autorizadas na sede da Força Sindical e da banca de advogados para apurar a existência de contratos que justificassem a transferência dos R$ 269 mil em 2012.
Defesas
"O deputado Paulo Pereira da Silva foi alvo de mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça Eleitoral de São Paulo. O parlamentar desconhece os fatos apurados e está tomando ciência da apuração pela imprensa na medida em que sequer lhe foi fornecida cópia da decisão que autorizou as buscas", diz nota do parlamentar.
No texto, Paulinho da Força afirmou que "desconhece os fatos apurados e que não teve acesso à decisão que autorizou as buscas". O parlamentar disse ainda que suas contas das eleições de 2010 e 2012 foram aprovadas regularmente pela Justiça Eleitoral.
"Caso os mandados digam de fato respeito a alegado caixa dois dos anos de 2010 e 2012, a partir da delação da JBS, conforme notícias veiculadas, o deputado lamenta o ocorrido na data de hoje (ontem) tendo em vista que já são passados 10 anos desde os fatos apontados, sendo que suas contas das eleições de 2010 e 2012 foram aprovadas regularmente pela Justiça Eleitoral".
Por fim, o parlamentar "confia que a apuração chegará à conclusão de que os fatos trazidos não possuem nenhum fundamento".
A reportagem entrou em contato com a Força Sindical e com o escritório Vilela e Silva Gomes Advogados. O espaço está aberto para manifestações.
As informações constam em representação da Polícia Federal à Justiça contra o parlamentar, acusado de receber R$ 1,7 milhões em caixa dois da JBS para abastecer campanhas de 2010 e 2012. O escritório Vilela e Silva Gomes pertence a Cristiano Vilela, genro de Paulinho da Força. Segundo as investigações, a JBS repassou R$ 250 mil para a banca como se fossem pagamentos por "consultoria jurídica", mas o dinheiro era destinado a quitar gastos eleitorais do parlamentar.
Apesar das investigações mirarem eventos de dez anos atrás, a PF alega que o Coaf identificou transações que indicariam supostas ilegalidades envolvendo as contas do escritório até os dias de hoje. Segundo o relatório de inteligência financeira, o escritório retirou R$ 290 mil de sua conta bancária por meio de 70 cheques em espécie e de valores pequenos, que variavam de R$ 2 mil a R$ 15 mil, mediante pagamento de cheques descontados "na boca do caixa". A prática de fracionamento é conhecida por investigadores por evitar alertas de órgãos de fiscalização.
O juiz Marco Antonio Martin Vargas, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, afirmou que o "padrão de movimentações financeiras e de relacionamentos empresariais da companhia consubstanciam indícios relevantes da prática do delito de lavagem de capitais".
Além dos saques, a PF identificou que, ainda no ano passado, o escritório Vilela e Silva Gomes recebeu R$ 2,1 milhões entre julho e dezembro - "valores incompatíveis com o faturamento mensal declarado pela empresa de cerca de R$ 90 mil", apontam os investigadores. Entre os valores, a Polícia Federal destacou repasse de R$ 79 mil feito pelo Solidariedade à banca de advogados - Paulinho da Força é líder do partido.
Desvios
O escritório foi alvo de buscas nesta terça-feira por ordem do juiz Marco Vargas. A Operação Dark Side, primeira fase da Lava Jato Eleitoral, também mirou em suposto desvio de R$ 269 mil das contas da Força Sindical, entidade presidida por Paulinho da Força, para o escritório de advocacia. O repasse seria utilizado para quitar despesas eleitorais da campanha do parlamentar à Prefeitura de São Paulo, em 2012.
A hipótese dos investigadores é se Paulinho da Força utilizou a conta do escritório Vilela e Gomes Advogados para receber repasses de caixa dois, utilizando o montante para custear despesas de campanha. Buscas foram autorizadas na sede da Força Sindical e da banca de advogados para apurar a existência de contratos que justificassem a transferência dos R$ 269 mil em 2012.
Defesas
"O deputado Paulo Pereira da Silva foi alvo de mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça Eleitoral de São Paulo. O parlamentar desconhece os fatos apurados e está tomando ciência da apuração pela imprensa na medida em que sequer lhe foi fornecida cópia da decisão que autorizou as buscas", diz nota do parlamentar.
No texto, Paulinho da Força afirmou que "desconhece os fatos apurados e que não teve acesso à decisão que autorizou as buscas". O parlamentar disse ainda que suas contas das eleições de 2010 e 2012 foram aprovadas regularmente pela Justiça Eleitoral.
"Caso os mandados digam de fato respeito a alegado caixa dois dos anos de 2010 e 2012, a partir da delação da JBS, conforme notícias veiculadas, o deputado lamenta o ocorrido na data de hoje (ontem) tendo em vista que já são passados 10 anos desde os fatos apontados, sendo que suas contas das eleições de 2010 e 2012 foram aprovadas regularmente pela Justiça Eleitoral".
Por fim, o parlamentar "confia que a apuração chegará à conclusão de que os fatos trazidos não possuem nenhum fundamento".
A reportagem entrou em contato com a Força Sindical e com o escritório Vilela e Silva Gomes Advogados. O espaço está aberto para manifestações.