A Confederação Maçônica do Brasil (Comab) e a Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil (CMSB) emitiram notas em repúdio à "autoproclamada Associação Maçônica do Brasil" depois que a entidade convocou associados para irem às ruas, nesta quinta-feira (31), em celebração ao golpe militar de 1964. O caso veio à tona após publicação no portal O Antagonista, que menciona a nota da associação.
De acordo com a publicação, a entidade externou seu "apoio incondicional às Forças Armadas" e saudou o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), repetindo até o slogan de campanha dele: "Brasil acima de tudo. Deus acima de todos".
Tanto a Comab quanto a CMSB não compactuaram com a atitude e disseram não reconhecer a legitimidade da associação. "A Comab informa ainda que a referida associação não tem qualquer vínculo com a Confederação Maçônica do Brasil. Esclarecemos que a Maçonaria Regular e
Universal não permite que seus integrantes veiculem qualquer manifestação que fira a lei, a ética e a liberdade de qualquer cidadão, inclusive de seus membros", disse a confederação, ao pedir que os maçons e demais cidadãos brasileiros desconsiderem a nota da associação e não a compartilhem por configurar apologia à ditadura.
Já a CMBS lembrou que se manifestar politicamente já é uma irregularidade maçônica. "(...), essa referida associação, ao fazer apologia à ditadura, afronta a lei de segurança nacional, sendo isso considerado crime no Brasil, conforme a Lei de Segurança Nacional (Lei 7.170/83), a Lei dos Crimes de Responsabilidade (Lei 1.079/50) e o Código Penal (artigo 287). E isso vai contra os princípios assumidos por todos os maçons regulares brasileiros, de sempre respeitar as leis de sua cidade, estado e país", frisa.
Neste ponto, a regra foi desrespeitada pelo grupo que se declarou apoiador do presidente da República. Em mais de uma ocasião, Bolsonaro e aliados já defenderam o golpe militar de 1964.