Crianças são filhos de ex-namoradas do vereador Dr. Jairinho, o padrasto de Henry. Uma é uma menina, hoje com treze anos e a outra criança é um menino de oito anos..
Ao investigar a morte do menino Henry Borel, de quatro anos, a polícia chegou às histórias de outras duas crianças. São filhos de ex-namoradas do vereador Dr. Jairinho, o padrasto de Henry. Uma é uma menina, hoje com treze anos, que há dez dias prestou depoimento na Delegacia da Criança e do Adolescente. A mãe dela não quer ser identificada. A outra criança é um menino de oito anos. Nós falamos com uma amiga da família dele. A polícia já fez contato com ela.
'Eu conheci a criança desde a barriga da mãe. Eu convivia com a criança. Eu sabia da alegria da criança e depois da tristeza que a criança ficou. A mudança de comportamento da criança foi muito brusca. Ele passou a ter muito medo. Dormia e do nada acordava gritando', relata a amiga da família.
A reação negativa dessas crianças à presença de Jairinho é um ponto em comum com a história de Henry. A polícia já sabe que no domingo, 7 de março, Henry vomitou e chorou quando voltava para o apartamento onde morava com a mãe, Monique Medeiros, e com o padrasto Jairinho. A filha da ex-namorada dele passava pela mesma coisa na infância. 'Eu falava que ele tava vindo, "o tio tá vindo pra gente sair", aí ela passava mal, ela vomitava. Me agarrava. Ou então pedia a minha mãe: posso ficar com você, vó? Eu não quero ir, quero ficar aqui', conta a mãe da menina. Na época, ela diz que não percebia o que estava acontecendo.
A ex-namorada disse por que não denunciou nada antes: 'Simplesmente por medo. Ele é um homem influente, é um homem com dinheiro. Sempre deixou claro pra mim: eu conheço muita gente, conheço desembargador, juiz'.
O Fantástico foi até Angra dos Reis, no litoral do Rio de Janeiro, para investigar a relação de Jairinho com a outra ex-namorada. Em depoimento, a mulher disse que o relacionamento com o vereador terminou em outubro do ano passado. Mas eles ainda mantinham contato e trocavam mensagens. Inclusive na madrugada em que Henry morreu, como o Fantástico mostrou na semana passada.
No depoimento, a mulher contou que ela, Jairinho e os dois filhos dela passaram cerca de um mês em Angra dos Reis no ano de 2015. Que nesse período o filho mais novo dela sofreu um acidente. Estava brincando com a irma e a avó, caiu da rede e bateu a cabeça. Nos conversamos com uma pessoa que conviveu com a família naquela época. Ela falou sobre esse e outros acidentes.
"O primeiro foi a primeira vez que eu percebi que o menino tava com umas manchinhas roxas. Um pouquinho na barriga, um pouquinho na perninha. A segunda vez eu escutei a mãe falar que tinha acordado de madrugada como se ela tivesse sido dopada de remédio e ela levantou com as pernas pesadas e ele (Jairinho) estava dando banho na criança."