Sargento do Exército mata mulher e filha de 1 ano a tiros no Dia dos Pais, em Santos (SP)

Uma tragédia marcou a madrugada do Dia dos Pais no Morro Nova Cintra, em Santos, no litoral de São Paulo. Por volta das 4h de domingo, a Polícia Militar encontrou os corpos de Gabrielly Simões Silva, de 21 anos, e da filha de um ano, Jade, mortas a tiros dentro de um quarto. A criança estava abraçada à mãe. Ao lado, estava o corpo do sargento do Exército Pedro Henrique Martins dos Santos, de 25 anos, também sem vida, com uma pistola próxima.

Segundo os agentes que atenderam à ocorrência, havia respingos de sangue nas paredes do cômodo. A principal linha de investigação aponta para feminicídio seguido de suicídio.

Denúncia de agressão

O crime, segundo familiares, encerrou um relacionamento marcado por violência e ameaças. Em janeiro de 2023, grávida de sete meses, Gabrielly já havia registrado boletim de ocorrência contra Pedro, então cabo do Exército, por agressões.

Ela relatou, na época, ter sido golpeada com socos, sufocada com um travesseiro e ameaçada de levar chutes na barriga para provocar a perda do bebê. Dois dias depois, afirmou ter sido novamente agredida, dessa vez na casa da cunhada. Apesar das ocorrências, recusou medida protetiva.

Em março do mesmo ano, a jovem voltou a aparecer em registros policiais por uma tentativa de suicídio, motivada, segundo ela, pela separação do namorado.

'Doentio dos dois lados'

De acordo com familiares, a relação de Gabrielly e Pedro era conturbada, marcada por idas e vindas. Tia do militar, Maria Batista de Carvalho afirmou à TV Tribuna que ele já havia comentado sobre matar Gabrielly e depois tirar a própria vida.

— Ele falava, então ele sinalizou, ele deu umas sinalizadas. Era meio doentio dos dois lados. Separavam, voltavam, separavam, voltavam — disse a tia.

O caso foi registrado pela Polícia Civil como feminicídio seguido de suicídio. A pistola foi apreendida e encaminhada para perícia. O Exército confirmou a morte do 3º sargento e informou que, por não se tratar de crime militar, a investigação ficará a cargo da polícia paulista.