'Jamais ia imaginar que aquilo ia acontecer', diz torres sobre 8 de janeiro
Anderson Torres comentou sua viagem para os Estados Unidos dois dias antes dos atos de 8 de janeiro e afirmou que não esperava que os atos de vandalismo pudessem acontecer.
— Naquela sexta-feira (6 de janeiro), os acampamentos já estavam praticamente desmontados, precisava tirar os vulneráveis e moradores em situação de rua antes de fazer o desmonte final. Viajei com essa imagem na cabeça, jamais ia imaginar que aquilo ia acontecer — afirmou.
Ele falou ainda que havia um protocolo de ações integradas para preservar Brasília, após relatórios de convocações de manifestações para o 8 de janeiro.
— Achei até o plano superdimensionado em um primeiro momento. Com o plano que deixei assinado, só se caísse uma bomba na Esplanada para acontecer o que acontece — ponderando que a área deveria ter sido isolada e não foi.
Há 19 minutos
'Isso é uma maluquice', afirma Torres sobre suposto áudio a respeito de ministro do STF
O ex-ministro da Justiça respondeu sobre suposto áudio atribuído a ele sobre sequestro de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
— Isso é uma maluquice. Jamais ouvi e falei esse tipo de coisa. E nós não tivemos acesso a isso também e desconheço isso ai — afirmou.
Encontro com diretor da PRF às vésperas da eleição
Torres: ida à Bahia na véspera da eleição foi por obra
Anderson Torres respondeu questionamento sobre a reunião que teve com ex-diretor da PRF, Silvinei Vasques, na Bahia, dias antes do segundo turno das eleições.
— Foi um convite do diretor-geral da PRF para visitar uma das obras mais importantes da nossa gestão que era a reforma da superintendência da RPF na Bahia. O assunto no Brasil era eleição, falamos da eleição. Ele disse da dificuldade da PRF estar em todos os municípios da Bahia. Conversamos que da mesma forma que no Rio de Janeiro circulavam vídeos pela internet que uma suposta organização criminosa dizia que tinha o controle sobre um determinado número de eleitores — lembrou.
Relatora começa inquirição ao ex-ministro Anderson Torres
A reladora da CPI, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), iniciou suas perguntas ao ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, e questionou o depoente sobre movimentação financeira de R$ 60 mil para contas da esposa e da irmã. A parlamentar também lembrou alegação do ex-ministro de que tinha deixado telefone nos Estados Unidos.
Anderson Torres afirmou que fez transferências assim que soube prisão para "pagar despesas enquanto estivesse preso". Ele também disse que perdeu celular, mas que passou senhas do celular.
Ele também pontuou que não é filiado ao União, como a senadora afirmou em sua pergunta.
O presidente da CPI, Arthur Maia (União-BA), leu a decisão da Advocacia do Senado antes de começar a sessão e disse que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) poderá participar e fazer perguntas a Anderson Torres na sessão.
–A compreensão da Advocacia do Senado, justamente em nome da independência do mandato da inviolabilidade das palavras, é que o senador pode sim usar da palavra para questionar e inquirir o depoente.
Flávio disse que "fez questão" de ir à CPI e avaliou que o STF o proibiu apenas de ter contato individual e pessoal, o que não impediria de fazer perguntas. Decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes proibiu contato de Torres com Flávio e o senador Marcos do Val (Podemos-ES). A defesa de Torres chegou a dizer que ele não prestaria depoimento, mas recuou após a decisão do Senado.
Torres: 'Não recebi qualquer informação sobre atos violentos no dia 8'
Ao falar sobre o dia 8 de janeiro, o ex-secretário de Segurança do Distrito Federal afirmou que sua viagem aos Estados Unidos foi programa em novembro e que não recebeu nenhum alerta acerca dos atos de vandalismo ocorrido na praça dos Três Poderes.
— Essa viagem foi programada com antecedência e as passagens compradas em 21 de novembro. Se eu tivesse recebido qualquer alerta não teria viajado.
'Nunca questionei o resultado das eleições'
Após falar em depoimento que nenhum brasileiro deixou de votar no segundo turno das eleições, o ex-ministro da Justiça afirmou que reconheceu prontamente a derrota de Jair Bolsonaro.
— Fui o primeiro ministro a receber a equipe de transição. No caso, do ministro Flávio Dino que seria meu sucessor. Tudo correu dentro da normalidade ao que diz respeito ao ministério da Justiça.
Durante sua fala inicial, Torres comentou sobre a minuta golpista encontrada em sua casa durante operação da Polícia federal, em janeiro deste ano.
— A polícia encontrou em minha casa um texto apócrifo, sem data, uma fantasiosa minuta. (o texto) vai para a coleção de absurdos que constantemente chegam a detentores de cargos públicos. Vários documentos vinham de diversas fontes para que fossem submetidos ao ministro. (...) Basta uma breve leitura para que se perceba ser imprestável para qualquer fim, uma verdadeira aberração jurídica — explicou.